segunda-feira, 30 de setembro de 2019

PAULO O APÓSTOLO DOS GENTIOS < Estudo >

Paulo o Apóstolo da Igreja gentílica
Treze cartas com preciosos ensinamentos para nós...

Visto que a maior parte das epístolas foi escrita por Paulo, dedicaremos de uma atenção maior a ele antes de chegar a sua carta aos Romanos.
Paulo nasceu numa rica família judia, na cidade de Tarso sua educação primária foi baseada nas Escrituras do Velho Testamento. Mais tarde ele foi a Jerusalém para estudar com Gamaliel, maior professor dos fariseus. Falava fluentemente o grego e as línguas latinas, bem como hebraico. Não era simplesmente um "pensador", mas aprendeu também a profissão de fabricante de tendas, provavelmente de seu pai, com a qual se manteve em muitas de suas viagens missionárias.

O nome de Paulo não foi mudado na sua conversão como alguém possa supor. Seu nome judeu era Saulo, mas entre os romanos empregos Ele sempre foi conhecido como Paulo.

Era cidadão de Roma, pois nasceu em Tarso da Cilícia (província Romana) Atos 22. 3. 
Que lhe deu o privilégio de fazer um apelo à mais alta corte de Roma a respeito de qualquer situação que alguém viesse a fazer contra ele.

O livro dos Atos nos conta como tirar uma vontade desse direito para pregar a Cristo na capital do império Romano.
Antes de tudo, porém, Paulo era um hebreu. É assim que ele se descreve: 
"Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de Hebreus; contra à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto a justiça que há na lei, irrepreensível".
Filipenses 3. 5-6

Vimos este homem primeiramente em Atos capítulo 8, ao lado dos homens que apedrejaram Estevão, o primeiro mártir cristão. Paulo era um fariseu zelote, cuja simples presença infundia medo aos corações dos primeiros seguidores de Jesus, aos quais ele ameaçou e perseguiu.

Leia o capítulo 9 de Atos dos Apóstolos novamente, e você se lembrará dos pormenores da sua conversão à Jesus Cristo. A vida de Paulo é um testemunho de conversão radical. Interceptado em seu caminho pela voz de Jesus glorificado: 
"Senhor, o que Tu queres que eu faça ?" 
Quando vieram as instruções, obedeceu, e desse dia em diante não tornou a olhar atrás com saudade ou nostalgia das honras e privilégios do passado.
Paulo era um homem novo. O Espírito de Cristo vivia dentro dele. Jesus era a sua esperança. Nada lhe era mais importante que falar a homens e mulheres sobre a esperança de sua ressurreição.

Não era um dos doze homens que Jesus chamou para serem seus discípulos, mais tarde chamados de Apóstolos. Entretanto, em muitas das suas cartas declarou ser um Apóstolo da mesma maneira que os outros, pois fora especificamente escolhido por Jesus glorificado para esse trabalho.

Inicia o livro de Romanos com estas palavras: 
"Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser Apóstolo, 
separado para o Evangelho de Jesus."
Romanos 1.1

A combinação da cidadania Romana, educação grega e religião hebraica qualificaram-no maravilhosamente para tornar-se o que nenhum dos outros Apóstolos poderia ser:
O Apóstolo da Igreja gentílica (nós estrangeiros não Judeus), discipulador e doutrinador do Evangelho que lhe foi confiado pelo próprio Cristo, a toda Igreja até aos confins da terra.

Com amor em Cristo Jesus,
Lúcy Jorge
Serva do Deus Altíssimo

domingo, 29 de setembro de 2019

AS EPÍSTOLAS < Estudo > CARTAS APOSTÓLICAS


CARTAS APOSTÓLICAS

As Epístolas (palavra que significa < cartas >) constituem aproximadamente um terço do Novo Testamento. São importantes porque revelam o que os apóstolos do Senhor Jesus ensinaram aos membros da primeira Igreja Cristã.
Contém ensinamentos a respeito de Deus e a mensagem do Evangelho, junto com instruções sobre como andar com Jesus em novidade de vida. Quando você as ler, lembre-se  de que elas são mensagens pessoais escritas por pessoas reais e motivadas por situações e necessidades reais. 
A força das Epístolas está no fato de terem elas surgido da vida da Igreja. Seu ensinamento é dinâmico. Aliás, nenhuma atenção é dispensada a um sistema de preceitos doutrinários. Os novos crentes estavam "vivendo o Evangelho" e não simplesmente debatendo pontos teológicos. Lendo-as cuidadosamente, vemos que o Espírito santo lhes está falando a cada um deles em particular, bem como à Igreja.
Esta é a maravilha da Bíblia: palavras escritas há dois mil anos são importantes para nós como se tivessem sido hoje. Como Jesus disse aos discípulos: 
"As palavras que Eu vos digo são espírito e vida"
João 6.63
Assim também estas "cartas evangélicas" que chamamos de "Epístolas" são na realidade histórias de homens e mulheres que estavam aprendendo como seguir o Senhor Jesus nas diferentes situações de sua vida.
As Epístolas nos apresentam também uma visão da vida da Igreja primitiva. Nossa única outra fonte de informação acurada sobre o assunto é o livro anterior, os Atos dos Apóstolos, onde Lucas não pretendeu fazer um registro completo de todos os acontecimentos daqueles primeiros anos. Mesmo assim, uma vez mais você não deve pensar que elas significam apenas simples registros  de datas e de lugares. Pelo contrário. As Epístolas falam de pessoas, que estão aprendendo como viver para Jesus, a despeito da idolatria, a imoralidade e a opressão daquele tempo.
Para aqueles que gostam de estudar a Bíblia de maneira sistemática, vou rapidamente resumir as Epístolas. Treze delas foram escritas pelo Apóstolo Paulo: uma, por autor desconhecido (Hebreus): outra, pelo Apóstolo Tiago, duas pelo Apóstolo Pedro: três pelo Apóstolo João e uma por Judas.
Quatro delas foram escritas enquanto o autor (Paulo) estava preso. 
São elas Efésios, Colossenses, Filipenses e Filemon. Contém alguns dos mais profundos ensinamentos sobre a fé cristã.
Ao escrever as "Epístolas pastorais" a Timóteo e a Tiro. Paulo referiu a assuntos práticos de liderança e organização da Igreja, apresentando instruções concernentes às qualificações dos diáconos, e a necessidade de se ensinar doutrina sadia.
Quatro de suas cartas foram chamadas "Epístolas evangélicas" devido a clareza com que explicam as verdades da salvação e da vida em Cristo. São elas as Epístolas aos Gálatas, aos Coríntios (duas) e aos Romanos,
Algumas delas foram escritas com o intuito de corrigir erros que começavam a aparecer entre os novos crentes em Cristo, outras; para prevenir  heresias que estavam provocando confusão na fé cristã por idéias e práticas não-cristãs.
Uma das mais notáveis observações sobre essas cartas, inspiradas pelo Espírito Santo para instrução e disciplina da Igreja, é que elas foram escritas com muita clareza, para você e para mim, como membros da família de Deus.
A unidade básica dessas vinte e uma cartas, compostas num período aproximado de cinquenta anos, por seis homens diferentes, é um exemplo do milagre das Sagradas Escrituras. Apesar de ligadas à grande variedade de assuntos e situações, há em todas elas uma uniformidade básica de ensinamento. Somente o poder do Espírito Santo de Deus poderia explicar tal unidade.

Quatro são os os temas básicos das Epístolas.

DEUS
Essas cartas ensinam que Deus é um Deus Santo que pede aos Seus filhos que vivam em santidade. Nelas também aprendemos que Deus tanto criou como controla o mundo. Ele é soberano e exige obediência daqueles que querem viver sob o governo  do Seu Reino.
Igualmente importante, entretanto, é o ensino de que  Deus é o nosso Pai Celestial. Todos os seus autores falam sobre o seu relacionamento pessoal com Ele, convicção que afirmam como fundamento de sua existência individual. Deus não é de forma alguma distante: Ele está aqui. Ele não é desconhecido, ou impossível de conhecer-se. Veio tocar-nos através da pessoa do Seu Filho Amado, Jesus Cristo.
Esta compreensão de um  Deus pessoal, amoroso, cuidadoso é que impulsiona a obedecer-lhe e amá-lo. Lendo as Epístolas, procure nelas passagens que falam sobre o relacionamento entre o Pai Celeste e Seus filhos.

JESUS CRISTO
Os escritores das Epístolas expressam sua crença, em Jesus de maneiras diversas. 
O fato de ter-se Ele tornado o centro de suas vidas é muito evidente. Frequentemente você há de ter Seu título completo --- 
< Senhor Jesus Cristo >
 --- afirmação de que o homem Jesus, nascido da virgem e que viveu em Nazaré é também o Cristo, o Ungido de Deus que se tornou Mestre e Senhor de suas vidas.
Na mente dos escritores das Epístolas não havia a menor dúvida obre se Jesus de Nazaré era ou não o eterno Filho de Deus. Paulo escreve que ele era a 
"imagem do Deus invisível"
Colossenses 1. 15
No entanto, a história de  sua humanidade também é apresentada nas Epístolas. Ele se humilhou, colocando de lado sua riqueza e glória para, a despeito de Sua igualdade com Deus, torna-se homem como nós. Definição mais clara de Jesus não pode ser encontrada em qualquer outro lugar fora desas Epístolas.
Em todas as suas páginas podem encontrar-se as boas novas do Evangelho, aquelas que ensinam que Deus, o Pai Celeste, traz perdão, salvação a todos os homens, através de Seu Filho único Jesus, expressão suprema do Seu Amor por você e por mim.

SALVAÇÃO
À medida que você for lendo as Epístolas, não lhe vai restando qualquer dúvida sobre o fato de que o mundo é mau e corrupto. A única solução para esse problema é a vida nova que Jesus veio anunciar.
O tema mais importante de todas as Epístolas é o 
Novo Nascimento. 
As leis judaicas não haviam trazido libertação da pena do pecado; Jesus veio então para 
< cumprir a lei > e oferecer a libertação pela Sua graça. A filosofia grega nunca responderá às perguntas fundamentais do homem; 
Quem sou eu ?
Por que estou aqui ?
Para onde estou indo ?
Jesus nos deu as respostas.
A imoralidade da cultura romana não satisfizera à sede de felicidade do homem, Jesus veio então para mostrar-lhe que a salvação faria o que os seus prazeres jamais tinham podido fazer, ou seja, trazer-lhe esperança e satisfação.
As Epístolas ensinam que Jesus veio não só para pleitear uma nova moralidade, como também para dar-nos o poder de viver uma vida livre da corrupção. E para estabelecer uma nova comunidade onde ganância e a opressão não mais imporiam sua vontade ao homem. As novas leis de amor e fraternidade seriam mais do que palavras, seriam fatos. E um novo modo de viver foi apresentado nessas cartas.
O mais importante, porém, é que este novo nascimento, esta vida nova, esta nova comunidade não são privilégio de um pequeno grupo, mas são oferecidos a todos os homens em todos os lugares,àqueles que adotarem a vida de Cristo e O receberem com seu Senhor e Salvador.
Saiba então, à medida que você for lendo a "Epístola de Paulo aos Romanos", que ela é uma carta de Deus dirigida a você. Esta palavra escrita foi feita "viva através do Espírito", e se torna vida para todo aquele que crê.

A IGREJA
O "mistério ... o qual em outras gerações não foi dado a conhecer, 
como agora foi revelado ... pelo Espírito Santo" 
Efésios 3.4,5 é a Igreja de Jesus Cristo, que não reconheceria fronteiras culturais, raciais ou nacionais, mas adotaria "todos aqueles que o Senhor nosso deus chamar".
Jesus havia declarado aos seus discípulos que construiria a Sua Igreja, mas nos ensinamentos registrados nos quatro Evangelhos não ha´quase nenhuma referência a respeito de como o faria, nem a sua composição ou administração. Aos escritores das Epístolas foi entregue a tarefa de tornar tais verdades conhecidas.
A descrição mais familiar da Igreja, encontrada nas Epístolas, é a do Corpo de Cristo. Tanto na sua carta aos Coríntios (1 Coríntios 12. 12-27) como naquela aos Efésios (4.12-16), Paulo escreve que cada crente é como membro de um corpo, cuja Cabeça é o Senhor Jesus. Somos ensinados a trabalhar e crescer juntos, a ajudar-nos uns aos outros. Com estas palavras, Ele apresenta este retrato maravilhoso da Igreja: 
"Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membro desse corpo"
(1 Coríntios 12.27)
Outros símbolos são usada para descrever a Igreja. Pedro escreve ela como um edifício, que somos "pedras que vivem" e "casa espiritual" (1 Pedro 2.4).
Paulo usa também essa forma de expressão para descrever nossa unidade e aos Efésios ele escreve que nós somos um "edifício bem ajustado, (que) cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais senso edificados para habitação de Deus no Espírito Santo" (Efésios 2. 21,22).
A leitura cuidadosa das Epístolas nos revelará a diferença chocante entre nossa compreensão presente da Igreja e o que a Bíblia ensina sobre ela. Quando as Escrituras se referem a ela, fazem-no sempre no singular: A Igreja de Jesus Cristo. Um adjetivo é às vezes usado para descrevê-la, mas sempre por causa  da localização do corpo de crentes, nunca por divisão de doutrinas.
Como estamos longe das Igrejas de Jesus Cristo, tal como é descrita nas Epístolas ! 
Nossas "Igrejas" tem nomes inspiradores de lealdades que deveriam prometer somente a Cristo. Temos doutrinas usadas para manter o povo impossibilitado de se tornar membros da "Igreja". A história nos diz que milhares de pessoas foram assassinadas porque não aceitaram seus dogmas.
É tempo de ler novamente as Epístolas, e assim descobrir o que o Espírito Santo ensina sobre a Igreja de Jesus Cristo. Nossas divisões e desuniões seguramente não são o plano de deus para Seu povo. 
Mas aonde retornar ?
Devemos acaso colocar todos esses nomes numa bolsa para então escolher 
"a qual pertencer ?"
Seguramente não.
Ou teremos que unir-nos sob a bandeira de uma igreja multinacional em nome da unidade e da paz ?
Alguém já tentou fazer isso, e falhou miseravelmente.
A chamada para a unidade entre os crentes em Cristo é a chamada do Espírito Santo. Ela transcende nomes e dogmas, ultrapassa lealdades e tradições e nos convida a nos tornarmos um em Cristo. Ela é sem dúvida a única opção para unirmos e o único mediador para as nossas diferenças.
As Epístolas nos dizem o que a Igreja é.
Vamos ler suas páginas reverentemente e com o coração aberto.

PRÓXIMO POST:
O APÓSTOLO PAULO

Com amor em Cristo Jesus,
Lúcy Jorge
Serva do Deus Altíssimo


sexta-feira, 27 de setembro de 2019

ATOS DOS APÓSTOLOS < Estudo >

INTRODUÇÃO AO LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS

Assim como as cartas de Paulo, os Atos dos Apóstolos são cartas escritas pelo Dr. Lucas a seu querido amigo Teófilo, a quem dedicou também seu Evangelho. Eles cobrem um período de aproximadamente 30 anos, das origens da Igreja no dia de Pentecostes ao aprisionamento do Apóstolo Paulo em  Roma. Significam, portanto, a história do nascimento e crescimento da Igreja  primitiva, sob a direção do Espírito Santo. Mas não pense ser este um livro histórico. Como em toda Bíblia, a história, é contada através das vidas das pessoas nelas envolvidas.

É difícil imaginar o desespero dos doze apóstolos após a ascenção de Jesus, registrada no primeiro capítulo. Apesar das promessas do Mestre, a realidade é que Ele havia partido, e eles estavam "por sua própria conta". Mas o quadro se modifica totalmente quando o Espírito Santo prometido por Jesus desce num vento impetuoso e com línguas de fogo sobre 120 pessoas. Para a perplexidade da multidão, que ouvindo o barulho interpreta atônita: 
"Que quer isto dizer ?" (Atos 2.12)

Então Pedro se levantou erguendo a voz advertiu-os  de que aquilo havia ocorrido conforme havia sido prometido. O Espírito Santo viera à terra para habitar aqueles que se tornaria a Igreja de Jesus Cristo.
O poder de testemunhar, malgrado e perseguição e o perigo, era agora uma realidade. Jesus entregara a um pequeno grupo de pessoas a responsabilidade de proclamar as boas novas a todo mundo. 
Mas como seria isso possível ?
É em Atos dos Apóstolos que descobrimos a emocionante resposta a essa pergunta; a mesma resposta que vem em nosso socorro ante nossa  confusão e fraqueza: o poder do Espírito Santo.

Logo em seguida a Igreja entra em dificuldades. Para assombro do povo um coxo é curado pela autoridade do nome de Jesus (Atos 3. 1-10) e Pedro e João são presos. Espancados e advertidos a que não voltem a fazer tais coisas, reagem intrepidamente. Algo dinâmico aconteceu a essa gente desencorajada: dizem e fazem agora coisas que levam a cidade toda de Jerusalém ao tumulto. Pressentindo e temendo algo perigoso, querem as autoridades pôr um ponto final em tudo.

É estranho observar como pessoas que fazem o mal muitas vezes prosperam (ou parecem prosperar) enquanto outras que procuram só fazer o bem são levadas à prisão, são chicoteadas e até mortas. Não é mesmo surpreendente concluir que pouca coisa mudou nesses dois mil anos ?...
E assim prossegue à narrativa.
Estevão, cheio do Espírito Santo, por haver lhes falado corajosamente a verdade, é morto por uma turba furiosa. Mas já por intolerância e ignorância, eles haviam tirado a vida ao Filho de Deus. Contudo, esse Deus Poderoso e benigno O ressuscitou dentre os mortos tornando-O  o Salvador de todos quanto nEle confiaram. 

Entre os que se envolveram no martírio de Estevão, apedrejando-o até a morte, estava o jovem intelectual, um fariseu de nome Saulo, da cidade de Tarso. Tão irado se sentia ele com esse grupo de Galileus incultos, que sozinho iniciou uma campanha para colocar os todos na prisão. De fato, depois de em Jerusalém perseguir os cristãos, recebe ordem de ir a damasco e continuar a levar homens, mulheres e crianças para as prisões, gente que falasse e curasse "em nome de Jesus".
Mas Deus tinha outros planos. O oitavo capítulo deste livro conta a dramática história da conversão de Saulo. Cegado por uma luz do céu, jogado no chão e levado para cidade, lá permaneceu três dias na escuridão, sem comer e sem beber. A visita de Ananias à casa onde se achava Saulo é uma das mais tocantes histórias da Bíblia.

A conversão de Saulo modifica a natureza do grupo de crentes em Jerusalém. A igreja alcance agora uma nova dimensão de homens que, não tendo visto Jesus na carne, são "chamados por Ele" para arrepender-se dos seus pecados, receber o batismo nas águas e tornar-se seguidores do Caminho.

A proporção que você for lendo essas páginas do livro de Atos, você vai percebendo quão importante é o Espírito Santo na vida da Igreja, tanto naquele tempo como nos dias de hoje. Foi Ele Quem orientou os missionários, Ele era a presença mesma de Deus entre os cristãos, e através dEle, de Seus dons e poder, é que as curas e milagres continuarão acontecendo.

Muita gente pensou, quando Jesus voltou para o Pai, que os atos naturais de libertação cessariam, mas os discípulos puderam recordar as confortadoras palavras do Mestre quando lhe disse: 
"Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em Mim, fará também as obras que Eu faço, e outras maiores fará, porque Eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em Meu Nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho" 
(João 14. 12-13)

É aqui no livro de Atos dos Apóstolos que vemos que as boas novas de salvação não seriam privilégio especial ou exclusivo dos judeus, mas se destinavam a todos os povos de todas as nações em todas as gerações. Jesus asseverou que os discípulos seriam Suas "testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra" (Atos 1. 8).
Os discípulos, entretanto, não compreenderam essa mensagem. No dia de Pentecostes, Pedro pregou a todos os judeus de Jerusalém seu famoso sermão no qual lembrou: "Pois para vós outros é a promessa, para os seus filhos, e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor Deus chamar"(Atos 2. 39). 
Mas nem mesmo o próprio Pedro entendeu o que dizia.

Os discípulos eram judeus que viviam em Jerusalém, adorando no Templo e sem qualquer intenção de sair de casa, mesmo conhecendo a ordem de Jesus de que fosse ao mundo todo e pregasse o Evangelho a toda criatura.
É interessante ver como Deus força o apóstolo Pedro a fazer o que declarou que não fazia comer com os gentios (não Judeus). Veja os capítulos 9 e 10, a ação do Espírito Santo. Esse não é um Evangelho judeu, ou romano, ou grego mais Boas Novas para qualquer homem em qualquer lugar.
Afinal, Jesus Cristo veio para salvar todos os que estivessem perdidos.
Siga o apóstolo Paulo nas suas viagens missionárias, quando ele prega a mulheres na beira de um rio e aos filósofos de Atenas. Acompanhe a mudança no centro do Cristianismo de Jerusalém para Antioquia e observe como o ministério dos profetas e professores, evangelistas e pastores leva a vida de Jesus Cristo de cidade em cidade, nação após nação.

O livro dos Atos dos Apóstolos não tem conclusão própria. A razão disto é que através da ação do Espírito Santo eles ainda estão acontecendo. Pois a história toda ainda não foi completada,  nem contada.
Homens e mulheres de Deus em todo o mundo estão ainda proclamando as boas notícias, e o Senhor continua confirmando a Sua Palavra com sinais que os seguem.

Próximo Estudo:
AS EPÍSTOLAS

Com amor em Cristo Jesus 
Lúcy Jorge
Serva do Deus Altíssimo

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

EVANGELHO DE JOÃO < Estudo >


INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE JOÃO

Este é o mais extraordinário dos quatro Evangelhos e foi escrito por João, "o discípulo amado".  João pescador, irmão de Thiago, seguidor de João Batista.

Escrito uns 55 anos depois da morte do Senhor Jesus, quando já há muito tinham sido escritos e eram conhecidos os outros, não tinha por propósito reproduzir "a vida de Jesus". Mas tentou interpretá-la, e o fez como nenhum outro Evangelista.
O tema do livro gira em torno do fato de ser Jesus de Nazaré o Filho de Deus. Seu objetivo, levar o leitor a ter fé em Cristo como único que pode salvá-lo de seu pecado. 
Observe como a palavra "crer" em apenas 21 capítulos aparece 98 vezes !

Alguém já afirmou ter João concentrado a mensagem completa do Evangelho num só versículo --- João 3. 16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". Ao Espírito Santo agradecemos pela profundidade de entendimento desses quatro retratos do Senhor Jesus, mas se necessário fosse escolher um deles, sem dúvida teríamos de ir a este Evangelho de João, pois é nele que mais claramente se manifesta a história da salvação.

Novamente aqui, para melhor compreensão, torna-se importante destacar as muitas coisas que o apóstolo escreveu. Sobre a herança real de Jesus como descendente de Abraão ou Davi, por exemplo, nada há escrito. Ou seu nascimento em Belém, Sua infância, Sua tentação, Parábola alguma sobre o Reino aparece e palavra alguma é dita a respeito da pregação do Evangelho em todo o mundo.

A preocupação única de João é de declarar absoluta superioridade e autoridade de Jesus como Ungido de Deus que veio para tirar os pecados do mundo. Mas apesar da profundidade da mensagem, o livro foi escrito na maneira tão transparente e singela como a do Evangelho de Marcos. É nessa linguagem fácil e acessível que as verdades eternas que libertam o homem, são aqui explicadas.

É importantíssimo lembrar que quando João registra as palavras de Jesus, "Eu sou o caminho, a verdade e a vida", não se pode confundir Sua afirmação.  Sabemos muito bem o que é o caminho. Há muita gente convencida e tentando convencer outros de que há muitos "caminhos" diferentes, todos levando a Deus. Mas João é fiel em nos trazer a reveladora notícia de que Jesus, Ele só, é o Único Caminho, a Única Verdade absoluta e a Única fonte onde encontramos a Vida Eterna.

Na leitura deste Evangelho você vai encontrar várias vezes a expressão de Jesus EU SOU
Tais afirmações são como janelas de entendimento através das quais se desenha a verdadeira pessoa de Cristo.

Ao lermos as palavras de Jesus "Eu sou a Luz do mundo" devemos deter-nos e pensar no verdadeiro significado da palavra "Luz". 

Você já pensou no que haveríamos de fazer se ela não existisse ?

Que brotaria do chão e cresceria se não houvesse a luz do sol ?

Como encontraria alguém um caminho na escuridão sem qualquer tipo de luz ?

Indague então desse mesmo como é possível viver, crescer, andar --- existir ! --- sem a Luz da Vida ? 

Pois assim como a luz é essencial a qualquer tipo de vida, também Jesus é absolutamente necessário à Vida.

O que o mundo seria sem a luz e o que o homem seria e é sem Jesus Cristo.

Eis aqui uma lista dos "EU SOU" para que você possa parar, refletir e fazer o estudo especial sobre eles:

Eu Sou o pão da vida ....... João 6 35
Eu Sou a luz do mundo....... João 8:12
Antes que Abraão existisse, Eu Sou....... João 8:58
Eu Sou o bom pastor....... João 10 11
Eu Sou a ressurreição e a vida....... João 11 25
Eu Sou o caminho, e a verdade, e a vida....... João 14 6
Eu Sou a videira verdadeira....... João 15 1

Entre as revelações especiais da Verdade, só encontradas no Evangelho de João, está a promessa do Espírito Santo, feita por Jesus aos Seus discípulos e à Igreja. Quando Ele lhe disse que os deixaria, encheram-se de tristeza e medo, pois Jesus se tornara  sua esperança, sua própria vida.
Mas Ele os consolou dizendo-lhes amorosamente que lhes seria melhor que voltasse para o Pai, porquanto quando Se fosse, o Espírito Santo viria em Seu lugar.
Nos capítulos 14 e 16, João vai aos mínimos detalhes para demonstrar-nos a obra do Espírito Santo como nosso Guia à verdade e como nosso Consolador --- Aquele que nos revelaria o Cristo. Não obstante ter estado com Seus discípulos por três anos, eles não chegaram a compreendê-Lo. Mas Ele afirmou que o Espírito Santo de Deus lhes revelaria as verdades que até então lhes  haviam sido ocultas, que ainda não entendiam.

Pois agora, meu prezado amigo e leitor, tenho a grande alegria de poder contar-lhe que as boas novas anunciadas por João em seu Evangelho são as mesmas que pregamos. Aquelas que nos revelam que o Espírito Santo veio. 
Ainda nos Atos dos Apóstolos leremos sobre isso. As boas novas não são completas sem a vinda do Espírito Santo. Agora que Ele veio, podemos então entender a mensagem que Jesus pregou.

 Jesus não é simplesmente uma palavra a mais numa página; nem uma figura histórica; nem um homem pregado a uma cruz. Não, Ele é muito mais: 
Ele é o nosso Senhor e Salvador. .
Isto compreendemos tão só pela revelação do Espírito Santo.

Tais coisas você encontrará no Evangelho de João. Algo mais, contudo, algo que só um amigo querido de nosso Senhor poderia registrar: a história completa de Sua paixão.
Começando pelo capítulo 13 ele nos prepara para o grande final; o fim e o início, a tragédia e o triunfo. Toda história humana é centralizada naquele dia dramático e glorioso em que Jesus foi pendurado na Cruz do Calvário. Cada vez que alguém se refere a uma data, volta-se instantaneamente para este fato. 
2019 --- por exemplo --- significa dois mil e dezenove anos depois de Cristo. Ele separa, identifica os "antes" e os "depois". Lembremos que uma vida sem Cristo, é uma vida sem ressurreição, com apenas medo da morte. 
Cada acontecimento na vida de Jesus, um após o outro, nos mostra quanto era a submisso à vontade de Seu Pai, dando-Se a Si mesmo para ser substituído pelos nossos pecados. Lemos nesse Evangelho sobre a traição de Judas, a vergonha de um falso julgamento, a dor das chicotadas. João nos mostra com minúcias a agonia da coroa de espinhos e dos pregos que O cravaram na Cruz.
 Cheiro de Amor e Sangue é exalado dessas linhas. 
Nada é deixado para trás nessas páginas inesquecíveis do Evangelho: 
o ódio das pessoas, as mentiras saídas de "interesses religiosos especiais" são parte da história. Nada é esquecido até que o Filho eterno de Deus é crucificado.

Como uma cena cheia de tal ternura que chega a ser dolorosa, abre-se o capítulo 20. 
Sozinha ao nascer do sol, a mulher prostituta. 
Ela não tem para onde ir. 
Aquele que lhe expulsara os demônios e lhe perdoara os pecados estava morto. 
Ela ali, sem esperança... 
Mas vá você mesmo ler sua história. 
E sinta a realidade dessa esperança: 
esperança vinda da ressurreição. Esperança para Maria Madalena, para você e para mim.
Porque Ele vive, nós podemos viver também.

Com amor em Cristo Jesus,
Lúcy Jorge
Serva do Deus Altíssimo

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

EVANGELHO DE LUCAS < Estudo >

INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE LUCAS

Lucas, companheiro de Paulo em suas viagens, único escritor não judeu do Novo Testamento era médico. 
Tendo recebido cultura superior diferente aliás da dos outros escritores evangélicos observou a vida de Jesus em seus mínimos detalhes. Era seu objetivo apresenta-Lo o como homem perfeito. Nesse Evangelho onde mais diretamente se fala o pecador, Lucas demonstra o infinito amor de Deus por todos que pecam, afirmando que Ele está à disposição de quantos confiam nEle.

Começa sua história mostrando a qualidade humana de Jesus. Aquele que, era o mesmo Deus manifesto na carne. Aquele que, deixando as glórias dos Céus, desceu ao nosso nível, assumindo nossa condição retornando-se sujeito aos detalhes da vida diária.
No entanto, apesar de ser aqui apresentado o Jesus humano, que andou entre nós e conviveu conosco, Ele é diferente de todos nós. Aquelas pessoas que fazem dEle um professor, um mártir ou herói, não compreenderam em absoluto Sua mensagem.
 Ouça as palavras do anjo a Maria: "o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus." (Lucas 1. 35).
Nascemos no pecado. Sendo de natureza impura, temos que nascer de novo a fim de alcançar a vida eterna. Mas Jesus era Deus desde o princípio: Deus de vestido de carne. Nascido de mulher,  parecia-se conosco. Tinha fome, sentiu-se cansado e chegou até a chorar, como nós Lucas o médico nos dá os pormenores da humanidade de Jesus ---- Deus fazendo-se homem.

Uma vez mais encontramos neste evangelho partes da narrativa não incluída nos outros: a história da visita dos pastores a manjedoura, por exemplo. Lucas é ainda o único a contar do desenvolvimento normal de Jesus na infância quando sobre os cuidados de José e Maria (Lucas 2. 40, 51, 52). Também apenas neste Evangelho é que tomamos conhecimento de Sua visita ao templo de Jerusalém quando tinha apenas 12 anos de idade.

Boas novas para o pobre e o desesperado, eis o significado de Evangelho de Lucas. 
Admiráveis e consoladoras são as histórias do bom samaritano (Lucas 10. 33).
A do publicano desprezado (18.13),
 a do Filho pródigo (15. 11,24) e a do ladrão na Cruz (23. 43) por exemplo, Mais que qualquer outro escritor evangélico, ele fala de mulheres, bem como dar mais funda compaixão de Jesus tanto por ela como pelas crianças.

Várias vezes a humanidade de nosso Senhor é evidenciada como quando chorou sobre a cidade de Jerusalém, cujo povo O rejeitara. É  ainda Lucas o único a descrever o suor de sangue no jardim de Getsêmani. Ou a narrar A misericórdia de Jesus pelo ladrão na cruz; e a conversão dos dois discípulos no caminho de Emaús.
Muito importante é também lembrar que Lucas se refere mais a explorações de Jesus que qualquer dos outros evangelistas. A razão é evidente: ele nos está falando de Sua humanidade e que é a oração senão a expressão da dependência que o homem tem de Deus ?

Mesmo sendo Jesus o seu Filho, Ele era também o Homem de Nazaré, que carecia de contato com Seu Pai Celestial.
A oração a Deus era uma parte muito importante de Sua vida e Lucas teve o cuidado de registrar esse fato.
você o evangelista um gentio (não judeu), é em termos universais, sem nada de secretário, que se o Evangelho é escrito. Ele nos conta que Jesus veio para derrubar barreiras construídas pela "religião", e nos declara que arrependimento e fé são a única e exclusiva condição de entrada no Reino de Deus.

Mensagem maravilhosa !

Quão a importante de ouvir-se de novo !

 Pois a vida em Cristo não é de forma alguma doutrina, igreja ou cerimônia. Nomes, bandeiras ou rituais que adotamos não são mais do que Barreiras separando-nos uns dos outros, e, o que é pior, amiúde nos isolando do próprio Jesus.
Lucas nos aconselha a seguirmos a Cristo e não tradições mortas ou preconceitos estáticos.

Jesus veio para salvar o perdido --- eis um tema constante neste Evangelho. O homem é não apenas um triste, mas um perdido. Ele está perdido. Como ovelha distanciada do rebanho, e exposta a perigos que nem de longe entende. Jesus, o Bom Pastor, deixa as 99 ovelhas e segurança e sai à procura daquela que está desprotegida, longe. Este é o significado de "estar perdido."
Sem Jesus o homem está perdido mesmo !

Leia por favor, com muito cuidado, o capítulo 15. Nele Lucas registra três parábolas a respeito de coisas perdidas:
A ovelha, a moeda e o filho pródigo.
A ovelha perdida sabia de suas condições, mas não atinava com o caminho de volta. Viu-se assim o pastor obrigado a sair a procurá-la e conduzi-la a casa.
Também a moeda: perdida, não havia meios de encontrar-se. Achando-a finalmente, depois de muito procurá-la, chamou a mulher dos seus amigos para comemorarem juntos. É aí que Lucas diz: "de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende" (Lucas 15.10). 
E o filho pródigo ? Também ele tinha conhecimento de seu estado e do que fazer para voltar a sua casa e as bençãos do seu pai...

Cada um de nós se encontra em uma dessas três posições. Alguns, separados de Deus e cientes disso não conseguem alcançar a paz ou a salvação nos lugares onde vão, pois sempre estão nos lugares errados.

Outros simplesmente ignoram as realidades da vida eterna. São como a moeda perdida que nem sabe se está perdido ou não. Sua ignorância, contudo, não modifica o fato. Mas finalmente o filho perdido lembra as alegrias e o amor da sua casa  do seu pai. Confessando a si mesmo ter esbanjado a herança, anseia pela abundância desprezada. Toma então a mais importante decisão de sua vida, dizendo: "levantar-me-ei e irei ter com meu pai" (Lucas 15.18).

Este é o convite do qual Lucas nos fala. Deus, o Pai, está à espera dos que --- "longe de casa" --- experimentam os prazeres dos pecados que levam à companhia dos porcos, à fome e ao desespero.
 A boa notícia é que você pode ir para casa, pois o Pai o está esperando. 
Jesus procurou por você e o encontrou.

A medida que ler este Evangelho, você irá encontrando mendigos e reis, ladrões e hipócritas, doentes e moribundos --- todo tipo de pessoa e de problema. 
A mensagem, no entanto, sempre foi e continua a mesma para todos: Jesus é o Bom Pastor.
 Ele apenas deseja que você O siga até as verdes pastagens do Seu amor e da Sua proteção. 
Quando você ouvir a Sua voz e O acompanhar, só então poderá dizer como salmista Davi:
 "O Senhor é meu pastor nada me faltará."

Com amor em Cristo Jesus,
Lúcy Jorge
Serva do Deus Altíssimo

terça-feira, 24 de setembro de 2019

EVANGELHO DE MARCOS < Estudo >

INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MARCOS 

Marcos não foi "um dos doze", 
mas era um discípulo do Apóstolo Pedro que ele chamava "meu filho". 
Nascido em Jerusalém acompanhou o Apóstolo Paulo em algumas de suas viagens missionárias. O objetivo deste evangelho era mostrar Jesus como servo obediente de Deus. Ele mesmo afirmou "pois o próprio filho do homem não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" Marcos 10.45 

Marcos não estava preocupado com as profecias do Velho Testamento, Ele simplesmente queria narrar, o mais singelo e claramente possível, os fatos, sobre Jesus. Mais interessado no que o Mestre fez do que Ele disse, não expôs em seu Evangelho muitos de seus ensinamentos, nem narrou, as histórias dos encontros entre Jesus e o pobre, o sofredor e o pecador. Este é pois o evangelho da ação que retrata um Jesus atuante nos três curtos anos de Seu ministério terreno.
O Evangelista não registrou nenhuma lista de pessoas famosas, de profetas e reis Seus antepassados. Ninguém deve estar muito interessado na família de um servo, nem mesmo em seu nascimento, mas "naquilo que ele pode fazer". Pois é justamente a isto que ele se prende.

Mateus usa dois capítulos para dizer  o que Marcos queria nos dois primeiros versículos de seu Evangelho. Logo no início de sua história, Marcos afirma que Jesus é o Filho de Deus. Como fato consumado, entretanto, não tentou nem mesmo prová-lo.

Contendo apenas 16 capítulos, é este ou mais curto dos Evangelhos. Nele o evangelista não perde tempo em discutir doutrinas com judeus ou filosofia com os gregos, mas quer tão somente falar sobre Jesus como Ele era. E aí que ouvimos sobre os anjos ministrando a Jesus. 
Para apreciar o livro é interessante observar as coisas que o autor inclui em sua narrativa.

Não existe qualquer referência ao Nascimento virginal, qualquer registro do Sermão da Montanha nem citações dois profetas do Velho Testamento. Mas doze vezes em que nos quatro evangelhos a palavra "Evangelho" é usada, oito pertencem a este livro. 
Na realidade ele contém as boas novas.

 Esta, a mais simples das quatros narrativas da vida de Jesus, é delas a mais dramática.
Da mesma maneira como o Mateus enfoca com grande ênfase os ensinamentos e parábolas de Jesus, Marcos enfatiza Seus milagres, apresentando-nos com minúcias vinte deles. Encontramos um rei que fala enquanto o servo trabalha.  Jesus encarna as duas coisas: trouxe-nos a mensagem, mas também mostrou-a em ação.
O quadro da vida de Jesus não estaria completo sem a narrativa de Marcos, que nos conduz sem pausa de um acontecimento ao outro, para explicar a razão de tudo. Para ele era suficiente mostrar um Jesus que demonstrava Seu amor, poder e compaixão perdoando ao pecador, curando doente e confortando aflito.

Contudo, não obstante as diferenças de estilo e ênfase, a mensagem central dos quatro Evangelhos é a mesma. Marcos, por exemplo, escreve: 
"apareceu João Batista no deserto pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados" Marcos 1. 4 .
Estes dois temas arrependimento --- de pecados e perdão de Deus --- aparecem várias vezes. Representam eles o âmago das boas notícias. É preciso insistir neste ponto:( nós não somos salvos dos nossos pecados por causa do nascimento virginal de Jesus, por Seus ensinamentos ou mesmo por Seus milagres, mas unicamente pela confissão de de nossos pecados e a súplica do perdão de Deus. 

Quando você estiver lendo sobre as coisas maravilhosas que Jesus fez, não se desvie da mensagem central do Evangelho: salvação através da fé no único que pode salvar --- Jesus, o Filho de Deus.
Jesus é retratado nesse Evangelho como um "ungido de poder".
Basta lembrar fatos como expulsão de demônios (Marcos 11. 21 a 28)
Cura de febre (1. 29 a 31) e de doenças várias (1. 32 a34) 
Purificação de leprosos (1. 40 a 45) 
Restauração de paralítico (2. 1 e 2)
Cura de mão mirrada (3. 1-5) e de multidões (3. 6 a 12) 
Calma após grande tempestade no mar (4. 35 a 41) 
Mudança de mente maníaca (5. 1 a 5)
Cura de hemorragia (5. 21 a 34)
Ressurreição de uma menina, e etc..

Apesar de nem tudo será ação, temos a impressão de estarem os fatos acontecendo diante dos nossos olhos.
Marcos revela-nos fatos a respeito de Jesus esquecido pelos outros evangelistas, como por exemplo ter sido ele um carpinteiro. Conta-nos que Jesus "tomou criancinhas em Seus braços", que uma vez estava "aflito" e que "suspirou". Ainda em seu Evangelho ele nos conta que Jesus amou, que Ele estava zangado e era "tocado pelos sentimentos das nossas enfermidades" 
Há tão pungente toque humano no Cristo deste livro, que chegamos a sentir-nos bem perto do Senhor.
 Leia a passagem em que Ele foi à Sinagoga e pregou (Marcos 1. 21 a 34), sendo interrompido por um endemoninhado. Expulsando o espírito demoníaco, fez da cura um exemplo visual daquilo que pregava. Depois que saiu da Sinagoga foi até a casa de Pedro, cuja sogra tinha febre alta.

Durante toda a tarde Jesus passava horas em conversas tranquilas.
À noitinha, chegavam homens trazendo pessoas oprimidas por todo tipo de enfermidade. Jesus impunha as Suas mãos sobre elas e grandes milagres aconteciam !  ---aleijados largando muletas e saltando de alegria; cego abrindo seus olhos e vendo o Curador.

Que quadro magnífico d'Aquele que veio para servir, perdoar libertar e curar !,
No capítulo oito Marcos explica como Servo foi rejeitado por aqueles a quem veio ajudar:  história espantosa de ingratidão e traição  !
Enquanto alimentava o povo com pães e peixes, todos O seguiam, mas quando declarou que deveríamos ser também servos, o povo O rejeitou.
O maior pecado de todos é justamente rejeitar a Jesus.
Assim como o povo de seu tempo fez a sua escolha, nós também temos que fazer a nossa. 

Que significa afinal Jesus para você ? 
Será Ele apenas um nome, ou Ele é seu Mestre ?
 Enquanto lê o Evangelho segundo Marcos, vá ficando preparado para aceitar Jesus como seu Salvador.
Mas lembre-se: Ele quer ser mais que isso: 
Ele quer ser seu AMIGO.

Próximo Estudo:
EVANGELHO DE LUCAS

Com amor em Cristo Jesus,
Lúcy Jorge
Serva do Deus  Altíssimo.





segunda-feira, 23 de setembro de 2019

EVANGELHO DE MATEUS < Estudo >


INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS

Mateus, um dos doze discípulo, foi o de evidenciar a seus conterrâneos que Jesus era sem nenhuma dúvida o Messias, e Sua vida cumpria cabalmente as profecias do Velho Testamento.
 de Jesus, era fiscal de profissão. Seu objetivo específico, ao escrever o Evangelho, foi de evidenciar a seus conterrâneos que Jesus era sem dúvida o Messias, e Sua vida cumpria cabalmente as profecias do Velho Testamento.

Muitos dos judeus estavam esperando um líder político ou militar que os libertasse do domínio romano. Empenha-se então Mateus em duas tarefas: primeiro, mostrar que Jesus descente das famílias reais de Davi e Abraão, depois provar que Ele veio a fim de estabelecer o Reino de  Deus aqui na Terra.
Mais que os outros três escritores dos Evangelhos, Mateus enfatiza não ser o governo de deus de cunho político mas exclusivamente espiritual.
Neste Evangelho você encontrará muitas citações do Velho Testamento. Treze vezes lemos que certas coisas aconteceram, "para que se cumprisse a profecia". Tão arraigadamente era o povo judeu ligado às suas tradições e cerimônias religiosas, que difícil se lhes tornava não só aceitar Jesus como "O que estava para vir", como lhes serem reveladas as bençãos do Reino de Deus.
Quanta semelhança com nossa condição atual !

As religiões continuam tentando 'fazer coisas' que agradem a Deus; tentando "descobrir o caminho da Luz", quando na verdade Jesus já nos deu tudo que era necessário: Ele nos deu a Luz da Vida. Isto impulsiona a aprender sobre Ele, a conhecê-Lo como Aquele que Deus enviou para trazer-nos a vida eterna.
Contribuição muito importante de Mateus para o conhecimento da história de Jesus é o maravilhoso Sermão da Montanha, que você encontrará nos capítulos 5, 6 e 7. Em linguagem transparente e singela Ele nos ensina como orar, como confiar no nosso Pai Celestial e como viver num mundo cheio de maldade, de agressão e de medo. Com algumas das mais belas expressões jamais escritas, Ele começa o "Sermão". Repousada e cuidadosamente, leia as "bem aventuranças" de Mateus 5. 1-12.
Mateus é o escritor que registrou as parábolas contadas por nosso Senhor com fito de explicar a maneira como Seu "governo" seria estabelecido, como Seu Reino se implantaria aqui na Terra. Ao dizer 'meu reino não é deste mundo', Jesus declarava que esse Reino não significava de forma alguma mais um sistema econômico ou político.

É muito simples a linguagem das parábolas. No capítulo 13 você vai encontrar sete histórias sobre o Reino, nas quais Jesus fala de agricultura, pescaria e serviços domésticos. Ele deseja que entendamos que as boas novas não são complicadas, como imaginam alguns, e que a nova vida é algo experimentado todos os dias, onde quer que os encontremos, e inclui cada aspecto da nossa vida. Religião para muita gente é algo para "praticar aos domingos". Mas Cristianismo real transcende qualquer medida, pois é viver com Jesus cada dia. Mateus em seu Evangelho transmite fielmente essa verdade.
Uma de suas importantes mensagens é ainda a que condena a mera "aparência" de religião. O Mestre ensina que motivos, pensamentos, "o que vai dentro" é o que realmente importa a Deus e nunca "atitudes de religiosidade". Ele jamais nos recompensa por elas. Ao contrário --- Ele nos ensina que nossas preces devem ser simples, que temos que ser como crianças para nosso Pai, conscientes de nossas falhas, carentes de Sua ajuda e perdão.

Jesus nos ensina que podemos escolher onde colocar nosso coração, no dinheiro e nas coisas materiais, ou  em Deus e nas coisas espirituais, mas nunca em ambos. Temos que decidir nossas prioridades. Se colocarmos Deus em primeiro lugar, podemos estar certos de que Ele, conhecendo todas as nossas necessidades, não falhará em supri-las. Os que tem  o seu coração e a sua mente postos na matéria, entretanto, esses não gozarão das bençãos de  Deus nem receberão de Sua provisão divina para atender suas carências.
No capítulo três do Evangelho de Mateus surge um de seus mais importantes personagens, João Batista, que se descreve a si mesmo como uma "voz" que clama.
"Voz que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as Suas veredas" 
(Lucas 3.4).
Contínua e insistentemente é o povo ensinado a arrepender-se, a fim de fazer parte do Reino de Deus. As boas notícias são ainda hoje as mesmas: todo aquele que abandona seus pecados, sua velha natureza, e se arrepende, esse recebe a promessa de uma nova vida sob o amor e o cuidado do Pai  Celestial.

A mais importante indagação que um homem pode ouvir de Jesus é aqui registrada: 
"Quem diz o povo ser o Filho do homem ?"
Mateus 16.13
Esta é ainda hoje a mais importante pergunta: 
Quem é Jesus ?
Sua resposta determinará o que você há de ser e fazer. Observe bem como as idéias que temos a respeito de dinheiro, governo e religião moldam nossa vida e transforma nossa sociedade. Pois a força mestra do mundo hoje é, mais do qualquer outra coisa, o que o povo pensa de Jesus Cristo. É esse pensamento que influência nossa vida e molda nosso caráter.
Quando Jesus fez essa pergunta a Seus discípulos, eles lhe responderam expressando opiniões do homem comum, mas a Ele elas não satisfaziam. Ter uma opinião generalizada sobre Jesus não é suficiente.
Afirmar simplesmente que ele era um homem, um professor de moral ou um grande líder não vai afetar sua vida, não trará significado nenhum para ela. Jesus perguntou: 
"e vocês quem pensam que Eu sou ?"
Faça você mesmo essa pergunta. Ela exige uma resposta. Impossível uma resposta neutra: ou Jesus é o Filho de Deus, ou Ele é um impostor e um mentiroso. 
E você, quem diz você que Ele é ?...
O Evangelho de Mateus termina com a narrativa da morte e ressurreição e de tudo quanto disse e fez em preparação para o mais importante acontecimento da história:
A Cruz do Calvário -- lugar de sacrifício e salvação. Lá onde, pelo sangue de Jesus, fomos gloriosamente purificados de todo pecado.
O Evangelista nos apresenta nessa altura algum retrato do preço da nossa salvação. Você será fundamente ferido quando chegar ao derradeiro capítulo. A zombaria das multidões dilacerará seus ouvidos, a coroa de espinhos o angustiará e a agonia e o sofrimento do Salvador hão de tocá-lo até as profundezas de sua alma.
O irônico e cruel sinal na Cruz 
"Rei dos Judeus",
mandado pregar pelo imperador romano foi a mais mesquinha mensagem de escárnio e sarcasmo. Mas o que Pôncio Pilatos não alcançou nem mesmo suspeitar foi que a morte do Messias, o Escolhido e Ungido de Deus, fazia parte do Plano Divino de que através dela nascêssemos  para o Reino e pela fé em Jesus alcançássemos a vida eterna.
A paixão do nosso Senhor Jesus foi o preço da nossa salvação. A agonia da Cruz foi a fonte e a origem da nova vida que temos em Jesus Cristo.
Mateus foi fiel em contar-nos o drama do Calvário e tantas outras coisas maravilhosas a respeito dEle. 
Leia, pois, seu Evangelho, como mensagem pessoal para você.


Com amor em Cristo Jesus,
Lúcy Jorge
Serva do Deus Altíssimo



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